28/08/2012

A atitude dos pais na Educação Espírita


O relacionamento familiar exerce grande influência sobre o desenvolvimento da criança. Aprender o respeito às pessoas, às regras e as normas sociais é fundamental para a adaptação do indivíduo nos diferentes ambientes que freqüenta, compartilhando atividades e obrigações.

Esse respeito às pessoas e normas que faz parte da educação, é aprendido dentro de casa, através dos exemplos dos pais, referem Parreira e Marturano (1999). Para os autores, "em um lar onde um acata a opinião do outro, onde as pessoas conversam sem gritar umas com as outras, onde se leva em conta aquilo que os outros dizem, onde há regras claras para serem seguidas, onde um não pega objeto do outro sem pedir, pode-se dizer que há respeito." Dessa maneira, a criança vai aprendendo a respeitar as pessoas e os objetos que pertencem aos outros, através de suas próprias vivências junto à família.

Ainda em um lar onde não há regras claras, onde as pessoas conversam censurando, brigando, xingando, sem consideração entre o casal, ou onde os pais não se empenham em dar bons exemplos, os filhos terão muita dificuldade para respeitar as pessoas e as regras sociais.

"O comportamento da criança fora de casa, esta muito associado ao modo como os pais se relacionam e tratam seu filho dentro de casa. São os pais que oferecem à criança os primeiros ensinamentos acerca do modo como ela deverá se comportar. Em um lar onde os pais mentem, por exemplo, onde falam mal das pessoas, tratam a criança de modo grosseiro, é muito provável que fora de casa a criança também não vá respeitar os outros", referem os autores citados. Os pais funcionam como espelho.

Para que a criança aprenda a respeitar, ela deve também ser respeitada pelos adultos, continuam os autores. Considerar sem importância o que ela diz, não lhe dando atenção, quando mães mexem em seus pertences sem avisar, sem pedir permissão, zomba quando ela chora ou mostra uma emoção negativa, como medo, raiva são atitudes de desrespeito à criança. Às vezes, os objetos da casa são mais valorizados do que os filhos, por exemplo quando ao quebrar um objeto acidentalmente a criança apanha ou é criticada severamente. Por outro lado, alguns pais ficam indiferentes quando seu filho trapaceia no jogo ou mesmo pega algum objeto em lojas ou supermercados, sem ser vista.

Parreira e Marturano ( 1999 ) ressaltam a importância de os pais estabelecerem exigências claras de conduta para que as crianças possam se desenvolverem plenamente em um ambiente familiar harmonioso, baseado no respeito de um para com o outro. Desse modo, é necessário que os pais conversem com os filhos, orientem sobre aquilo que é certo e o que é errado, sobre as conseqüências de agir dessa ou daquela maneira, sobre a melhor forma de se comportar. Mas é mais importante ainda que os pais forneçam exemplos daquilo que ensinam, porque os filhos observam os pais com muita atenção e, se os pais agem em desacordo com aquilo que ensinam, caem no descrédito. As crianças sempre acabam imitando o comportamento dos pais.

Muitas vezes, os pais não colocam regras claras para serem seguidas pela criança no dia a dia e esperam que ela se comporte bem quando recebem uma visita ou quando saem para dar um passeio. Como conseqüência, a criança não corresponde às expectativas, provocando irritação e as vezes até mesmo castigos.

Para um relacionamento harmonioso é preciso identificar atitudes positivas da criança, demonstrar que seu comportamento está correto, que os pais estão satisfeitos com ela. Desse modo, a criança é valorizada e seu comportamento correto será estimulado para que ocorra outras vezes. Segundo os autores, essa forma de interação aproxima a criança dos pais. Não se pode exigir perfeição nos tarefas que a criança realiza, desde o início. Seu esforço deve ser encorajado e a criança deve ser ajudada a conseguir melhores resultados, tanto em suas atividades quanto em seus comportamentos e relacionamentos.

Atitude positiva dos pais, incentivo, encorajamento e valorização das ações adequadas proporcionam aprendizagem de condutas socialmente aceitas, fazendo com que a criança se sinta mais segura e autoconfiante (Parreira e Marturano, 1999).

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Flávia Peruci